A próstata é um órgão localizado abaixo da bexiga urinária, atravessada pela uretra, com o tamanho e formato de uma nóz. Tem basicamente 2 funções, controle urinário e nutrição dos espermatozoides em sua fase de produção.
Existem algumas patologias que podem acometê-la, tais como: Prostatites (inflamação/infecção prostática); Hiperplasia prostática benigna (HPB) e o Câncer de próstata.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não- -melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada 38 minutos, um homem morre de câncer de próstata no Brasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou para o ano de 2018, 85.000 novos casos de câncer de próstata. Esta incidência é maior na região Sudeste, seguida pelo Centro-Oeste e Sul. Observa-se uma relação clara entre a idade e o aumento na incidência do câncer de próstata. A frequência é progressivamente maior, conforme a idade do paciente. O risco também é elevado em famílias nas quais o ascendente teve a doença, e quanto mais precoce foi o diagnóstico maior é o risco atribuído aos descendentes. Esses dados suportam o efeito da herança genética na etiopatogênese da doença. A incidência também é afetada pela raça dos indivíduos. Homens negros têm uma taxa maior em relação a homens brancos ou asiáticos.
O câncer de próstata é uma doença que em suas fases iniciais não causa sintomas nem apresenta sinais. Dificuldade para urinar geralmente está relacionada ao crescimento benigno da próstata, em vez de doença maligna. Portanto, tomar como base a investigação diagnóstica apenas pelos sintomas do paciente pode levar ao diagnóstico de lesões malignas apenas em estágios avançados. O advento e introdução na prática clínica do PSA (Antígeno prostático específico), em conjunto com o exame de toque retal, trouxe a possibilidade de diagnosticar lesões malignas em fases iniciais, o que aumenta de forma substancial a chance de cura. Após a introdução do PSA (exame coletado em uma simples amostra de sangue) observou-se uma redução de 32,5% da mortalidade e 75% do diagnóstico tardio do câncer de próstata. O exame de toque por sua vez, tem grande relevância, pois 20 % dos casos são diagnosticados exclusivamente no toque retal. Portanto, os homens devem sim ser rastreados para tal patologia.
Atualmente a Sociedade Brasileira de Urologia define o rastreio diagnóstico da seguinte forma: homens sem histórico familiar de câncer de próstata (toque retal + psa, apartir dos 50 anos); - homens com história familiar e fatores de risco; – obesidade e raça negra, a partir dos 45 anos. Frente a um aumento nos valores do PSA ou toque retal alterado, está indicado a realização da Biópsia de próstata. Procedimento este que nos permite a coleta de no mínimo 12 fragmentos prostáticos, que serão submetidos a exame anatomopatológico. Confirmando a doença, o tratamento será individualizado levando em conta o estágio que se encontra a doença e também características do paciente.
Matéria por
Yan Diego de Almeida Castilho
Urologia CRM/MT 9993 | RQE 4538 | Lucas do Rio Verde